Por Gazeta do Povo
Em um percurso de 8 km com largada às 18 horas, o primeiro carro a chegar demorou mais do que o dobro do tempo do ciclista
De carro, bicicleta, ônibus, a pé ou correndo. Cerca de 40 voluntários com fôlego e disposição participaram ontem da sétima edição do Desafio Intermodal de Curitiba, promovido pelo Programa Ciclovida da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A missão: enfrentar, utilizando diferentes meios de transporte, o trânsito da capital paranaense, justamente no horário de pico, às 18 horas.
A experiência, já tradicional entre os estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da UFPR, busca avaliar diferentes aspectos relativos à mobilidade, como o tempo percorrido para se deslocar entre pontos específicos, a eficiência energética e poluentes emitidos pelos veículos durante o trajeto e os custos do deslocamento.
A classificação final, com o tempo médio percorrido por cada modal, será divulgado somente na próxima semana. Mas, assim como no ano passado, o primeiro a chegar até o Prédio Histórico da UFPR foi um ciclista, com o tempo final de 15 minutos e 53 segundos – o percurso foi de cerca de oito quilômetros. No entanto, o mecânico Ulisses Binde contou com uma ajuda extra, já que pedalou uma bicicleta elétrica, mesmo meio de transporte do segundo e do terceiro colocados, inclusive. No ranking de veículos, a segunda posição ficou com uma bicicleta convencional e a terceira com uma motocicleta.
Considerando o trânsito congestionado durante todo o percurso, não foi surpresa que o primeiro carro a chegar demorou mais do que o dobro do tempo do ciclista. Coincidentemente, tratava-se também de um veículo elétrico, desenvolvido pela empresa de energia Light em parceria com o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec). O veículo, dirigido pelo próprio superintendente do Lactec, Omar Sabbag Fillho, demorou 32 minutos para fazer o trajeto.
“O desafio tem o objetivo de fomentar a discussão sobre mobilidade urbana, seja dentro da universidade e fora dela. É uma maneira de reforçar que a mobilidade deve ser pensada além do automóvel”, resume o coordenador do Programa de Extensão Ciclovida da UFPR e organizador do desafio, José Carlos Assunção Belotto.