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Incentivo para as bicicletas

Instigados pelo Programa Ciclovida, alunos de design desenvolvem projetos que visam à ampliação no uso de bicicletas na cidade de Curitiba

Por Paula Bianchi

 

Alunos do 8º período do curso de Design de Produto das Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil) desenvolveram cinco projetos que visam a melhorias para quem usa as bicicletas como transporte e também para empresas que utilizam esse tipo de veículo.

A ideia surgiu após uma palestra realizada no início do semestre pelo coordenador do Programa Ciclovida, José Carlos Belotto, e representantes de empresas como a EcoBike e o Bicicletário Cultural. Belotto admite que as propostas apresentadas pelos alunos foram bastante interessantes e com potencial de serem implantadas no futuro,mas ele enfatiza: “O mais importante foi levar o tema bicicleta para discussão e colocar os alunos de design desenvolvendo ideias para fomentar o uso da bike.”

Unibike (Alunos: Antônio Carlos Perle Lopes, Caroline Cordeiro Oneda, Jordana Nascimento Valões e Priscila Mercial.)

Os trabalhos foram orientados pela Professora Líbia Patrícia Peralta, designer formada pela UFPR e Pós-Doutora em Design & Desenvolvimento Regional pelo Programa Mary Curie da Comunidade Europeia. Segundo a professora, os trabalhos foram realizados na disciplina chamada Estágio III, onde os alunos que não estão estagiando realizam projetos dentro da universidade. “A ideia da disciplina é trabalhar como um escritório modelo, isto é, desenvolvendo projetos reais de interesse atual e de aplicação concreta”, explica Peralta. Tal fato indica porque a idealização dos projetos foi feita de maneira tão completa. “Os projetos estão completos no seu conceito, mas ainda não tão detalhados na sua parte executiva. Isto foi intencional”, segundo a professora se um cliente em potencial tiver interesse no projeto poderá solicitar aprofundamentos técnicos.

Patrícia Peralta compartilhou uma pouco de sua experiência na Europa para a elaboração dos trabalhos. Ela explica que não possível apenas copiar o que outros países já estão fazendo: “O uso da bicicleta é uma realidade na Europa, acredito que podemos avançar nesse sentido aqui, mas de forma diferenciada. Não adianta somente transpor ideias de fora, pois há limitantes culturais e de infraestrutura que devem ser respeitados para termos sucesso”.

Paraciclos Urbanos (Alunos: Adilar Moreira, Geziel Macharete de Almeida e Leonardo Batista de Jesus.)

José Carlos Belotto e Patrícia Peralta concordam que a parceria entre o programa e os alunos de graduação foi bastante benéfica para ambos os lados. Peralta conta que esta foi uma real experiência de mercado para os seus alunos. “É necessário transpor os muros da academia e tomar contato direto com a realidade, somente assim estaremos formando profissionais engajados, úteis à sociedade e com potencial de sucesso profissional”, enfatiza a professora. Já Belotto comenta que o papel do Programa Ciclovida não se limitou apenas à palestra inicial aos alunos de design: “O programa tem a pretensão de estimular a cultura da bicicleta e através de seu site, e com seus contatos divulgar os projetos para que possíveis interessados os tirem do papel”.

 

Projetos

Foram desenvolvidos cinco projetos pelos alunos da Unibrasil, foram eles: Ponto de apoio ao ciclista no meio urbano, Paraciclos urbanos para parques com a identidade de Curitiba, Kit destacável de identidade visual para caracterizar empresas de entrega via bike, Paraciclo coberto para a Unibrasil com sistema visual de localização e Sistema de iluminação e melhoria da infraestrutura das ciclovias urbanas.

Kit EcoLéguas Courier (Alunos: Cleiton Pereira Ramos, Jair Antonio Ribas dos Santos, Willian Jerônimo dos Santos e Willian Mayer Machado.)

Willian Machado é um dos estudantes que participou desse projeto. Seu grupo desenvolveu o Kit EcoLéguas Courier, um kit de personalização das bicicletas para empresas que realizam entregas via bike. Segundo William, as maiores preocupações desse projeto foram: criar uma identidade visual para a empresa e um compartimento adequado para carregar as entregas. “Além do problema de transporte de objetos, tivemos a preocupação sobre o formato que os documentos eram entregues (intactos ou não) e notamos que a propaganda da empresa estava apenas no uniformes dos ciclistas, então, surgiram as seguintes perguntas: e se o ciclista for fazer a entrega e deixar a bike presa em algum paraciclo, como é possível saber que é de uma empresa courier?”, explica o estudante. Esses problemas foram sanados com a criação do kit, que personaliza a bicicleta e tem um baú porta objetos de formato adequado.

Ponto de apoio ao ciclista Cycle Urban (Alunos: Bruno de Lara, Daniela Bauer e Edgar Vittorello.)

O Ponto de Apoio ao Ciclista Cycle Urban foi desenvolvido pelo grupo da estudante Daniela Bauer. Trata-se de um contêiner móvel equipado com tudo o que um ciclista pode precisar. “Muitos dos usuários da bicicleta utilizam-na no seu dia a dia para ir ao trabalho, estudar e não somente para atividades de lazer; assim surgiu a ideia do desenvolver um ponto de apoio. O grande desafio que encontramos foi suprir, no espaço de um contêiner, todas as necessidades que nosso público exigiu”, confessa a futura designer. Segundo Daniela, o projeto de seu grupo está mais do que completo, ele supri tanto as necessidades dos ciclistas, como é um facilitador para empresas que quiserem adquiri-lo: “O ponto de apoio é prático tanto na sua montagem, quanto na sua manutenção e o principal é um módulo móvel. Esse módulo pode ser colocado em pontos estratégicos como no centro da cidade e em parques”, defende sua criação.

“Quanto mais houverem paraciclos na cidade, mais as pessoas vão querer utilizar a sua bicicleta, pois elas sabem que terão um lugar seguro onde deixá-las”, conta Geziel Macharete, aluno e integrante do grupo idealizador do projeto de paraciclos urbanos em formato de pinhão. Gezil enfatiza que o trabalho de seu grupo além de ser muito eficiente e útil tem um toque de criatividade: “É um produto extremamente importante aos usuários da bicicleta, e ao mesmo tempo, carrega consigo a identidade paranaense através de sua forma, o Pinhão.”

Os alunos tem uma opinião em comum, o projeto mudou o pensamento deles quanto a mobilidade urbana. Os estudantes que realizaram esse projeto agora passam a ver a bicicleta com mais interessa e carinho em sua vida profissional.

 

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